Mas música caipira é música caipira: classificada como sub-produto da música brasileira, feita por gente simples e ignorante. O que ninguém explica é o fenômeno de vendas das duplas antigas e atuais; como se comunicam com a massa, mesmo as piores musicas que classificam de sertaneja.
Então, os artistas de Taubaté – mesmo os de outras cidades, muitas vezes inconscientemente praticam uma arte de resistência. Continuam cantando as belezas e as mazelas da vida, a natureza, as assombrações, as forças além do entendimento da capacidade humana, essas coisas.
Para dar provas deste vigor, a terceira domingueira Beira do Rancho do SESC Taubaté, mais uma vez sob a batuta de Antonio Rodrigues, trouxe para o palco Tamaré e Gouvêa, dois remanescentes dos primórdios do programa ainda no teatro do Cine Odeon. Tamaré, autor de muitas canções, várias delas gravadas com artistas da terra e também de fora, é hoje o único compositor daquele período, ainda fértil em suas criações.
Outra dupla que vem ganhando terreno na cidade e que, mesmo não tendo pertencido ao período de ouro da música caipira taubateana, mas que incorporam ao seu repertório muitas canções da época, Valmir e Vandinho emprestam seu talento para representar, nada menos que os Dois Turunas, a dupla “menina dos olhos” de Anacleto Rosas Júnior. Não havia como deixar os Turunas de fora, mas Luiz Rosas e Teodoro, por motivos particulares, não puderam aceitar o convite para cantarem juntos mais uma vez. Então, em nossas domingueiras, onde se vê Valmir e Vandinho leia-se Dois Turunas.
E para abrilhantar mais esse dia, nossos músicos convidaram o grande violeiro paulistano Victor Batista: pesquisador, cantador, compositor e faz o que quer com a danada de Jacarandá que traz sempre ao peito.

Tamaré e Gouvêa, imbatíveis. Reconhecidamente os grandes instrumentistas de Taubaté em seu gênero.
Valmir e Vandinho representando os Dois Turunas: grande prova de companheirismo.
Toninho Rodrigues querendo mais detalhes da carreira de Victor Batista para o público do SESC Taubaté.
Victor Batista, bom de viola, bom de cantoria e também bom para interagir com o público.

O gran finale, como em todas as domingueiras, aquela experiência de juntar todo mundo para cantar algum clássico do cancioneiro de raiz.
Todas as fotos são de Shirley Santos para o Museu da Imagem e do Som de Taubaté.
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Sem Comentário: Comenthttp://www.youtube.com/watch?v=hlpQNtTrH5k
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