quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Beira do Rancho - 3ª domingueira

O programa Beira do Rancho mostrou mais uma vez porque conseguiu sobreviver por mais de 30 anos pelas ondas da Rádio Difusora Taubaté. Ali, nossos artistas desfilavam seus talentos musicais como intérpretes, compositores e instrumentistas; sem artifícios, sem nada luxuoso, sem tecnologia de ponta: somente o talento.

Mas música caipira é música caipira: classificada como sub-produto da música brasileira, feita por gente simples e ignorante. O que ninguém explica é o fenômeno de vendas das duplas antigas e atuais; como se comunicam com a massa, mesmo as piores musicas que classificam de sertaneja.

Então, os artistas de Taubaté – mesmo os de outras cidades, muitas vezes inconscientemente praticam uma arte de resistência. Continuam cantando as belezas e as mazelas da vida, a natureza, as assombrações, as forças além do entendimento da capacidade humana, essas coisas.

Para dar provas deste vigor, a terceira domingueira Beira do Rancho do SESC Taubaté, mais uma vez sob a batuta de Antonio Rodrigues, trouxe para o palco Tamaré e Gouvêa, dois remanescentes dos primórdios do programa ainda no teatro do Cine Odeon. Tamaré, autor de muitas canções, várias delas gravadas com artistas da terra e também de fora, é hoje o único compositor daquele período, ainda fértil em suas criações.

Outra dupla que vem ganhando terreno na cidade e que, mesmo não tendo pertencido ao período de ouro da música caipira taubateana, mas que incorporam ao seu repertório muitas canções da época, Valmir e Vandinho emprestam seu talento para representar, nada menos que os Dois Turunas, a dupla “menina dos olhos” de Anacleto Rosas Júnior. Não havia como deixar os Turunas de fora, mas Luiz Rosas e Teodoro, por motivos particulares, não puderam aceitar o convite para cantarem juntos mais uma vez. Então, em nossas domingueiras, onde se vê Valmir e Vandinho leia-se Dois Turunas.

E para abrilhantar mais esse dia, nossos músicos convidaram o grande violeiro paulistano Victor Batista: pesquisador, cantador, compositor e faz o que quer com a danada de Jacarandá que traz sempre ao peito.

O costumeiro encontro no camarim. Da esquerda para a direita: Valmir, Vandinho, Tamaré. Victor Batista, Gouvêa e Rodrigues


Tamaré e Gouvêa, imbatíveis. Reconhecidamente os grandes instrumentistas de Taubaté em seu gênero.


Valmir e Vandinho representando os Dois Turunas: grande prova de companheirismo.


Toninho Rodrigues querendo mais detalhes da carreira de Victor Batista para o público do SESC Taubaté.


Victor Batista, bom de viola, bom de cantoria e também bom para interagir com o público.


O gran finale, como em todas as domingueiras, aquela experiência de juntar todo mundo para cantar algum clássico do cancioneiro de raiz.

Todas as fotos são de Shirley Santos para o Museu da Imagem e do Som de Taubaté.

Um comentário:

Anônimo disse...

Sem Comentário: Comenthttp://www.youtube.com/watch?v=hlpQNtTrH5k