segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Beira do Rancho - 7ª domingueira

Foi bom enquanto durou, mas como dizia meu saudoso avô Lau: o que é bom, dura pouco.

Demora pra começar e quando se percebe, mais um projeto chega ao fim. Hoje (21/9) foi a última domingueira, a saideira, a derradeira. Tem gente que não gosta deste negócio de última e prefere tratar por penúltima. Que seja. Dia 26 deste mês (setembro) será o encontrão – mas essa é uma nova história.

A gente bem que tentou chamar a atenção das autoridades – afinal, estamos em ano eleitoral. Tentamos fazer com que o público que sempre repete a mesma ladainha de que “em Taubaté não tem nada de bom” parasse de reclamar e participasse mais; tentamos fazer com que a mídia fosse mais calorosa com projetos da terra e só obtivemos atenção da sempre presente TV Cidade e vez por outra a TV Câmara.

Chegamos ao fim das domingueiras do Beira do Rancho. A chuva fina que insistia em cair durante toda a manhã desse domingo representava nossas lágrimas, como frisou nosso anfitrião Antonio Rodrigues. Para nós, taubateanos, isso foi e continua sendo muito importante.

O incomparável Paulo Freire foi o convidado da semana. Este violeiro que já é quase taubateano, apresentou seus causos e suas modas caindo de vez no gosto da nossa gente. Tocaram com ele Tamaré e Gouvêa e Beira Rio e Du Vale, duas duplas veteranas dos bons tempos do Beira do Rancho na Rádio Difusora Taubaté.

Veja alguns momentos do show e até dia 26 de setembro:

O incomparável e quase taubateano Paulo Freire e a verve que sempre encanta o público


O veterano Beira Rio e Du Vale: mais raiz, impossível.

Outros dois veteranos: Tamaré e Gouvêa. Seduzidos pelo sertanejo romântico, abandonaram um pouco o cancioneiro que os revelou. Mas hoje, voltam às raizes e homenageram até mesmo Anacleto Rosas Júnior.

Paulo Freire e Antonio Rodrigues: momento de explorar o artista que vem de fora e, claro, aprender com ele.

Momento especial entre Paulo Freire e, como ele mesmo chamou, o mestre Beira Rio. Lindo momento.

Momento final, duplamente final: encerramento do espetáculo do dia 21/9 e término das domingueiras do Beira do Rancho.

Todas as fotos são de Shirley Santos para o Museu da Imagem e do Som de Taubaté.

domingo, 21 de setembro de 2008

Beira do Rancho - 6ª domingueira

Dia 7/9, isto mesmo, dia 7 de setembro, estávamos no SESC Taubaté para mais uma domingueira Beira do Rancho.

Apesar das comemorações cívicas – mesmo não levando a sério esta coisa de Independência do Brasil – o público presente foi razoável; suficiente para o convidado da semana “sentir” o recepção taubateana já que esta foi a sua primeira incursão numa cidade do Vale do Paraíba.

Cícero Gonçalves, mineiro de Teófilo Otoni, criado no Vale do Jequitinhonha, bebeu na fonte das mais puras tradições populares e percebemos que isto influenciou demais a sua carreira musical. Ficou perceptível quando nosso Antonio Rodrigues, o anfitrião, explorou o músico fazendo-o desfilar muitas canções de seus dois CDs: Oferenda e A outra margem do rio.

Cumprindo sua segunda escala tivemos os músicos da terra Wilson e Jociano e Valmir e Vandinho. Esta dupla, que no projeto Beira do Rancho representa Os Turunas (composta por Luis Rosas e Teodoro do Prado), também não deixou por menos desfilando grandes sucessos de Anacleto Rosas Júnior.

Confira alguns momentos do show:
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Hoje inicio com a nossa famosa foto do camarim: Valmir, Vandinho, Cícero Gonçalves, Jociano, Wilson e Antonio Rodrigues.

Cícero Gonçalves: show de interpretação e de viola.



Aquele momento irresistível de um bate papo entre Rodrigues com Wilson e Jociano

O momento de tocarem juntos: Valmir e Vandinho com Cícero Gonçalves

Rodrigues "explorando" Cícero Gonçalves pedindo que apresentasse algumas canções

O momento em que todos tocam juntos e a canção não poderia ser mais propícia: Saudade de minha terra

Assista ao vídeo no Youtube: http://br.youtube.com/watch?v=lELc47_pmoc

E não poderia deixar de publicar Cícero Gonçalves ao lado de seu maior fã em Taubaté, o advogado André Spasini, grande amigo e grande colaborador.

Todas as fotos são de Helvécio Freitas para o Museu da Imagem e do Som de Taubaté.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Ensaio de orquestra (sem Fellini, mas com Turcão)

Dando um salto na seqüência das domingueiras – hoje eu deveria postar a 6ª – vou mostrar um pouco do ensaio ocorrido neste domingo dia 14/9, com a participação de músicos da Camerata Zajdenbaum (da Escola de Música Maestro Fêgo Camargo) que acompanhou nossos violeiros; todos regidos, claro, por Sérgio Turcão.

Apesar no nervosismo aparente – afinal, esta é a primeira vez e talvez única que os violeiros taubateanos estarão seu momento de glória porque, certamente, só daqui cinqüenta anos isto acontecerá outra vez – o ensaio transcorreu normalmente. Uns pulos, solavancos, erra, começa de novo, mas foi tudo muito bem.

Isso nos tranqüiliza porque o foco de todo esse trabalho é o espetáculo do dia 26 de setembro, quando estaremos gravando o DVD desta apresentação que estamos chamado de Beira do Rancho Futebol Clube, numa clara alusão ao Buena Vista do genial Win Wender e do não menos genial Ry Cooder.

Veja alguns momentos:
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Maestro Sérgio Turcão aquecendo-se para o ensaio


Passando as canções de Beira Rio e Du Vale

Zezinho (Caçula) tentando disfarçar o aparente nervosismo enquanto aguarda sua vez

Agora Sérgio Turcão com a mais autêntica dupla do gênero raiz de Taubaté: João Carreiro e Mantovani

Zezinho e a irmã Dísia: sem escapatória - tiveram que ensaiar

O ensaio geral da canão de encerramento: A casa - um clássico da música raiz de Taubaté

Todas as fotos são de Helvécio Freitas para o Museu da Imagem e do Som de Taubaté

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Beira do Rancho - 5ª domingueira

É indiscutível que o programa Beira do Rancho serviu para revelar talentos taubateanos no campo da composição e da interpretação; a fase áurea deste programa aconteceu em toda a década de 1960 e parte de 70, no auditório da Rádio Difusora Taubaté instalada no primeiro andar do Cine Theatro Odeon.

Nada mais justo do que homenagear o lugar que foi palco da maior concentração de violeiros que Taubaté já viu. Aproveitando a cenografia concebida pelo SESC Taubaté para o projeto Caminhos da História – parada obrigatória, os violeiros da terra posaram ao lado de Cláudio Lacerda, o convidado super especial da semana.

No palco, mais uma vez, João Carreiro e Mantovani, Wilson e Jociano e Rodrigues. Com exceção de Jociano, todos os outros são veteraníssimos do Beira do Rancho ainda nos seus bons tempos de Cine Odeon.

Veja abaixo alguns dos momentos da 5ª domingueira dedicada ao programa Beira do Rancho no palco-circo do SESC Taubaté, realizada no dia 24/8/2008.
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Wilson, Jociano, Rodrigues, Dirceu Mantovani, Claudio Lacerda e João Carreiro - lembrando os velhos tempos do Cine Odeon.

Wilson e Jociano mais uma vez dando provas da resistência da música caipira em belas interpretações.

O talentoso Claudio Lacerda, praticamente nosso irmão taubateano, dando uma força para nossos veteranos.

Os sempre queridos João Carreiro e Mantovani, a mais veterana dupla de Taubaté aos quais esta cidade ainda está em débito.

Ao invés da tradicional foto do camarim, nossos amigos estão reunidos no palco mesmo enquanto Rodrigues (abaixo) despede-se do público.

Rodrigues em belo momento de oração agradecendo por tudo o que aconteceu até agora e pedindo em suas preces que eventos desse tipo não podem parar.

Todas as fotos são de Shirley Santos para o Museu da Imagem e do Som de Taubaté.

domingo, 7 de setembro de 2008

Beira do Rancho - 4ª domingueira

As domingueiras do SESC Taubaté dedicadas ao extinto programa Beira do Rancho tem sido favoráveis aos artistas da terra já que lhes proporcionaram duas escalas antes da apresentação final do dia 26/9.

Por esse motivo, nesta postagem estão de volta nossos amigos Zezinho e Dísia, na outra ponta nosso querido Patativa e o convidado super especial: Noel Andrade.

Noel Andrade já é nosso velho conhecido, quase um taubateano. Agradam sempre suas apresentações graças ao seu talento e carisma. Dispensa apresentações em Taubaté ou noutras cidades do Vale do Paraíba. Já os Caçulas e Patativa, você pode conferir algo sobre eles em postagem anterior.
Então, para você, um pouco do que foi nossa quarta domingueira, realizada no dia 17/8/2008.

Só para variar, o bom e velho encontro no camarim antes da apresentação: Noel Andrade, Dísia, Zezinho e Patativa.


O primeiro improviso do dia: Noel Andrade e Zezinho.

Zezinho "Caçula" formava com o irmão Florêncio a mais respeitada dupla taubateana. Há muitos anos longe dos palcos, Zezinho vem mostrando porque está entre os preferidos da terra.

Patativa não foi apenas o programador do Beira do Rancho por longos 26 anos. Mais adepto do sertanejo romântico, soltou mais uma vez sua voz macia no palco do SESC Taubaté.

Noel Andrade simplesmente se apaixonou pelo trabalho dos Caçulas. Não se conteve e num de seus solos, solicitou o acompanhamento de Zezinho que correspondeu de pronto.

Nosso amigo Noel Andrade em seu momento solo.

Todas as fotos são de Shirley Santos para o Museu da Imagem e do Som de Taubaté

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Beira do Rancho - 3ª domingueira

O programa Beira do Rancho mostrou mais uma vez porque conseguiu sobreviver por mais de 30 anos pelas ondas da Rádio Difusora Taubaté. Ali, nossos artistas desfilavam seus talentos musicais como intérpretes, compositores e instrumentistas; sem artifícios, sem nada luxuoso, sem tecnologia de ponta: somente o talento.

Mas música caipira é música caipira: classificada como sub-produto da música brasileira, feita por gente simples e ignorante. O que ninguém explica é o fenômeno de vendas das duplas antigas e atuais; como se comunicam com a massa, mesmo as piores musicas que classificam de sertaneja.

Então, os artistas de Taubaté – mesmo os de outras cidades, muitas vezes inconscientemente praticam uma arte de resistência. Continuam cantando as belezas e as mazelas da vida, a natureza, as assombrações, as forças além do entendimento da capacidade humana, essas coisas.

Para dar provas deste vigor, a terceira domingueira Beira do Rancho do SESC Taubaté, mais uma vez sob a batuta de Antonio Rodrigues, trouxe para o palco Tamaré e Gouvêa, dois remanescentes dos primórdios do programa ainda no teatro do Cine Odeon. Tamaré, autor de muitas canções, várias delas gravadas com artistas da terra e também de fora, é hoje o único compositor daquele período, ainda fértil em suas criações.

Outra dupla que vem ganhando terreno na cidade e que, mesmo não tendo pertencido ao período de ouro da música caipira taubateana, mas que incorporam ao seu repertório muitas canções da época, Valmir e Vandinho emprestam seu talento para representar, nada menos que os Dois Turunas, a dupla “menina dos olhos” de Anacleto Rosas Júnior. Não havia como deixar os Turunas de fora, mas Luiz Rosas e Teodoro, por motivos particulares, não puderam aceitar o convite para cantarem juntos mais uma vez. Então, em nossas domingueiras, onde se vê Valmir e Vandinho leia-se Dois Turunas.

E para abrilhantar mais esse dia, nossos músicos convidaram o grande violeiro paulistano Victor Batista: pesquisador, cantador, compositor e faz o que quer com a danada de Jacarandá que traz sempre ao peito.

O costumeiro encontro no camarim. Da esquerda para a direita: Valmir, Vandinho, Tamaré. Victor Batista, Gouvêa e Rodrigues


Tamaré e Gouvêa, imbatíveis. Reconhecidamente os grandes instrumentistas de Taubaté em seu gênero.


Valmir e Vandinho representando os Dois Turunas: grande prova de companheirismo.


Toninho Rodrigues querendo mais detalhes da carreira de Victor Batista para o público do SESC Taubaté.


Victor Batista, bom de viola, bom de cantoria e também bom para interagir com o público.


O gran finale, como em todas as domingueiras, aquela experiência de juntar todo mundo para cantar algum clássico do cancioneiro de raiz.

Todas as fotos são de Shirley Santos para o Museu da Imagem e do Som de Taubaté.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Beira do Rancho - 2ª domingueira

E foi assim que aconteceu a segunda domingueira do Beira do Rancho no SESC Taubaté: João Carreiro e Mantovani e Os Caçulas convidaram Negão Santos e Renata e fizeram juntos a síntese da musicalidade valeparaibana.

A surpresa foi geral. João Carreiro e Mantovani surpreenderam pelo vigor e pela fidelidade ao gênero que os tornaram conhecido em toda a região: a autêntica música de raiz. Os Caçulas, formado pelos irmãos Zezinho e Dísia, apesar de tantos anos longe dos palcos e microfones, mostraram que os filhos do velho Dito Cascudo – compositor de primeira linha – não estavam dispostos a fazer feio e já no primeiro instante em que entraram cantando, já foram aplaudidos.

Negão e Renata, esbanjando simpatia, cativaram mais uma vez o público onde boa parte dos presentes desconhecia seu trabalho, acostumados que estão ao tipo mais da terra. Claro que a maioria sabe ou até conheceu Elpídio dos Santos e muitos se emocionaram quando souberam que Negão era nada menos que seu filho.

Outra sessão de choradeira foi no camarim quando Zezinho Caçula foi apresentado ao Negão como sendo um dos violeiros que tocou e cantou um número de catira de autoria de Elpídio dos Santos no filme Uma pistola para Djeca, de Mazzaropi.

Também foi nesse dia que João Carreiro, adoentado mas cumprindo com o prometido como todo bom caipira, estava completando 71 anos de idade.

Abaixo alguns momentos da segunda domingueira.



No camarim, descontração antes de subirem ao palco. No fundo, da esquerda para a direita: Negão, Renata, Zezinho e Dísia. Sentados: João Carreiro e Mantovani.

João Carreiro e Mantovani, juntos há mais de 50 anos, tocando pela primeira vez no SESC

Zezinho e Dísia, Os Caçulas, a grande surpresa. Tem gente que foi ao SESC para compravar se os irmãos estavam mesmo cantando como antigamente. Para a surpresa de muitos, eles continuam tão bons como antes.

Dirceu Mantovani e a sua "Viola fala alto", seu momento de glória quando pode mostrar toda sua habilidade com a danada.

Renata e Negão, os eternos Paranga. Dois grandes amigos que contrubuíram muito ao projeto Beira do Rancho, valorizando os remanescentes deste programa de rádio.

O Gran finale, com todos os nossos amigos no palco para a apresentação final.

Todas as fotos são de Shirley Santos para o Museu da Imagem e do Som de Taubaté.